Não podemos ignorar um dos paradoxos mais perigosos disto tudo: os mesmos algoritmos que moderam também amplificam. E amplificam o quê? O conteúdo que gera mais reações. E o que gera mais reações? O sensacionalismo, a polarização, a raiva, o choque.
Sou um verdadeiro entusiasta da Inteligência Artificial. Fascina-me a sua capacidade de nos fazer avançar: otimizar processos, facilitar decisões, personalizar experiências, detetar padrões que escapam ao olhar humano. Acredito genuinamente no poder transformador da IA e em como ela pode ser uma aliada preciosa ao serviço da criatividade, da saúde, da educação, da produtividade e, claro, da comunicação.
Mas também acredito que não basta deslumbrar-nos com o que a tecnologia pode fazer. Temos de questionar o que ela está a fazer. E, sobretudo, o que estamos a permitir que ela decida por nós. E uma das áreas onde mais me inquieta é esta: a liberdade de expressão, condicionada por moderação algorítmica.
Hoje, o que aparece no nosso feed não é decidido por nós, é curado, priorizado e filtrado por algoritmos. Não é apenas uma questão de preferência: é uma decisão automática sobre o que é “relevante”, “seguro” ou “aceitável”. O problema? Essa decisão é feita sem contexto, sem explicação, sem recurso.
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